Setembro Amarelo: MPT destaca a importância da saúde mental no ambiente de trabalho

Ações informadas e apoio contínuo são essenciais para enfrentar os desafios da saúde mental no trabalho e salvar vidas.

Nesta terça-feira, 10 de setembro, é celebrado o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, parte da campanha Setembro Amarelo. A data, instituída pela Associação Internacional para Prevenção ao Suicídio (IASP) em colaboração com a Organização Mundial da Saúde (OMS), visa promover a conscientização sobre a saúde mental e a prevenção do suicídio. 

No Brasil, o Ministério Público do Trabalho (MPT) tem desempenhado um papel fundamental na promoção da saúde mental em relação aos trabalhadores e às trabalhadoras, especialmente em tempos desafiadores como os atuais. 

O Procurador Chefe, Carlos Alberto Lopes de Oliveira, destaca que “o MPT continua a ser um fundamental defensor da saúde mental no ambiente de trabalho, promovendo a conscientização e a implementação de práticas que garantam o bem-estar dos trabalhadores e das trabalhadoras”. 

Saúde mental e trabalho:

Os impactos psicossociais da pandemia de COVID-19 têm sido profundos, com um aumento significativo nos casos de depressão e ansiedade, segundo dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS). A OMS estima que cerca de 9,3% da população brasileira sofre de transtornos de ansiedade e 5,8% de depressão. Estes números refletem a crescente necessidade de uma abordagem proativa para a saúde mental, especialmente no ambiente de trabalho.

O papel do MPT na saúde mental laboral:

O Ministério Público do Trabalho (MPT) tem se destacado na promoção de um ambiente de trabalho saudável e no combate aos transtornos mentais relacionados ao trabalho. Em resposta ao aumento de afastamentos por transtornos mentais, que se tornaram a terceira principal causa de licença no Brasil, o MPT tem enfatizado a importância de ambientes de trabalho organizados e o suporte psicológico aos trabalhadores.

Comentários de especialistas:

O psicólogo do trabalho, Paulo Alberto Ferreira Neto, destaca os desafios do trabalho remoto e a flexibilização das relações de trabalho, que, embora tenham ampliado as oportunidades, também geraram insegurança e estresse. Ferreira Neto observa que a desorganização no ambiente de trabalho, metas inalcançáveis e falta de clareza podem contribuir significativamente para o adoecimento mental dos trabalhadores.

Além disso, os impactos econômicos dos transtornos mentais são expressivos. A OMS já havia estimado um prejuízo global de US$1 trilhão por ano em perda de produtividade, e no Brasil, o IBGE estima um gasto de R$200 bilhões com afastamentos relacionados a transtornos mentais. O Ministério da Saúde também projetou um gasto de R$ 30 bilhões em 2023 para o tratamento dessas condições.

Investimentos em saúde mental:

A boa notícia é que, após a pandemia, muitos empregadores têm investido mais em programas de saúde mental para os funcionários. Uma pesquisa da Associação Brasileira de Recursos Humanos (ABRH) de 2023 revelou que 70% das empresas brasileiras aumentaram seus investimentos em saúde mental, com 65% implementando programas como o Programa de Assistência ao Empregado (PAE).

Paulo Ferreira Neto destaca a importância desses programas, observando que muitos trabalhadores não têm plena consciência de que estão sofrendo psicologicamente devido ao trabalho. Ele sugere que sinais de sofrimento podem incluir dificuldades em ir ao trabalho, tristeza intensa, sintomas físicos como taquicardia e problemas de sono.

Reconhecimento e ação:

Para empregadores, sinais de alerta podem incluir mudanças no comportamento do colaborador, faltas frequentes, instabilidade de humor, e sinais de abuso de substâncias. O Centro de Valorização da Vida (CVV) também desempenha um papel importante, oferecendo apoio emocional através do número 188 e do chat online para pessoas em crise.

 

 

 

Imprimir